Mudanças na voz com o uso de testosterona: o que esperar?

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Introdução

Mudanças na voz com testosterona, podem ocorrer. O hormônio leva ao crescimento da laringe e ao espessamento e alongamento das pregas vocais, o que reduz a frequência de vibração e aprofunda o tom da voz. Além disso, há mudanças nos espaços de ressonância, como faringe e cavidade oral, que reforçam a profundidade vocal. Fatores que causam mudanças na voz com testosterona

Quando começam as mudanças?

Os primeiros sinais podem aparecer já nas primeiras semanas a meses, com sensação de rouquidão, garganta “áspera” e instabilidade tonal.
A maior parte da mudança ocorre entre 6 e 12 meses, mas pode levar até 2 anos para se estabilizar, de acordo com o TelessaúdeRS.

Quanto tempo dura até a voz estabilizar?

• 3 a 6 meses: início perceptível de aprofundamento vocal.
• 6 a 12 meses: maioria dos usuários já apresenta mudança clara.
• 12 a 24 meses: estabilização e consolidação do tom de voz .

Um levantamento do Seattle Voice Lab mostrou que:
• 72% notam mudanças vocais em até 6 meses;
• 97% em até 12 meses;
• 100% em até 24 meses.

O que é esperado durante o processo?

• Voz “quebrada” ou instável em fases iniciais.
• Episódios de rouquidão e variações no tom.
• Mudança progressiva até estabilização.
• Para a maioria das pessoas, o resultado final é um tom mais grave e estável.

Existe quem não perceba mudanças?

Embora a grande maioria experimente mudanças significativas, alguns indivíduos relatam alterações mais sutis ou insatisfatórias. Isso pode ocorrer devido a fatores genéticos, idade de início da terapia, saúde da laringe ou resposta individual ao hormônio. Nessas situações, o acompanhamento fonoaudiológico pode potencializar os resultados.

O processo é reversível?

Não. A hipertrofia das pregas vocais e o crescimento da laringe são mudanças irreversíveis. Uma vez modificadas, as estruturas não retornam ao estado prévio, mesmo com a suspensão da testosterona.

Importância do acompanhamento

O acompanhamento médico garante segurança clínica, ajusta doses e monitora efeitos colaterais. Já o acompanhamento fonoaudiológico é essencial para:
• Evitar sobrecarga e lesões vocais,
• Auxiliar na adaptação à nova ressonância,
• Melhorar projeção, clareza e naturalidade da voz.

Conclusão

A mudança vocal é um dos aspectos mais marcantes da terapia com testosterona. Embora comece nos primeiros meses, pode levar até dois anos para se estabilizar. A maioria das pessoas apresenta alterações significativas, mas o processo é individual. Acompanhamento médico e fonoaudiológico garante mais segurança e eficácia nessa jornada.

Referências (ABNT)
• HEMBREE, W. C. et al. Endocrine treatment of gender-dysphoric/gender-incongruent persons: An Endocrine Society Clinical Practice Guideline. Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, v. 102, n. 11, p. 3869–3903, 2017.
• IRWIG, M. S. Testosterone therapy for transgender men. Lancet Diabetes & Endocrinology, v. 5, n. 4, p. 301–311, 2017.
WPATH. Standards of Care for the Health of Transgender and Gender Diverse People, Version 8. International Journal of Transgender Health, v. 23, suppl. 1, p. S1–S259, 2022.
• TELESSAÚDERS-UFRGS. Terapia hormonal com testosterona em homens trans: protocolos e acompanhamento clínico. Porto Alegre: UFRGS, 2023.
• SEATTLE VOICE LAB. When does your voice change on testosterone? Seattle, 2022.

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